segunda-feira, 1 de março de 2010

CRÔNICA DE UMA MORTE ANUNCIADA

Por Geraldo Pereira (nosso querido pato)

Cada dia que passa estamos constatando atônitos a “morte” de uma autarquia humano-financeiramente “saudável”, pois, por enquanto, ainda temos um grupo de bons funcionários e teremos sempre, chova ou faça sol, uma excelente arrecadação. O maior bem de qualquer instituição que se preze são bons, motivados e satisfeitos funcionários. É inconcebível trabalhar num órgão autônomo arrecadador alheio a uma política salarial condizente com ações desenvolvidas pelos seus servidores.

Estamos indo para onde? O slogan do DETRAN/AL “conduzindo para o futuro” está sendo modificado para “conduzindo para o passado”?

Temos a impressão que estávamos transitando numa via danificada, mas, ainda, conseguindo ir em frente. Alcançamos uma rotatória e estamos deslocando-nos em círculos, pois as outras vias desta rotatória estão interditadas. Sem saída, estamos na iminência de voltarmos à via inicial, em sentido contrário, ou seja, na contramão da história do Departamento Estadual de Trânsito de Alagoas.

Que não se perca a identidade, nós somos e estamos DETRAN, portanto, dependemos completa e exclusivamente desta instituição para tudo que se obtém pagando, ou mais especificamente, para a nossa tão difícil sobrevivência.

A ausência de uma gestão participativa e democrática atrelada à desmotivação pela falta de perspectiva profissional e financeira, está gerando um ambiente de trabalho contaminado por uma mistura de angústia, insatisfação, desesperança, desunião, deslealdade, antipatia, apatia e, o pior de tudo, pela vontade incontida de deixar a instituição, respaldando-se na frase “ o DETRAN não tem jeito”. Por favor! Não vamos ser adeptos do “é assim mesmo”, e sim, do “melhor a angústia da busca do que a paz da acomodação”. Chegamos ao ponto de estarmos vivenciando a sensação da frase e da fase terminal “o último a sair, apague a luz”.

Começamos 2010 perdendo mais 03 bons funcionários. Será o reinício da evasão, ou então, da “diáspora” ocorrida entre 2002 e 2005? Que por sinal, diga-se de passagem, só foi amenizada quando conseguimos (juntos, sindicato e servidores) reajustes em 2005 (44%), 2006 (40%) e 2007 (28%), imaginem como nós tínhamos salários defasados! Hoje não é diferente. Com 03 anos “hibernando”, reivindicamos apenas um reajuste compensador com ajuste de tabela para corrigir, principalmente, as distorções salariais dos níveis elementar D, médio A e do superior B (só haverá *eqüidade, com este ajuste). Valendo lembrar, qualquer reajuste só até 05 de Abril de 2010, em virtude da Lei Eleitoral.

Salário justo é sinônimo de valorização profissional, dignidade e previdência estável. Atentemos! Vamos buscar nossos efetivos e legítimos direitos, e não, optar em depender perniciosamente de cargo, função gratificada, hora extra e diárias para sobreviver... O que, catastroficamente, parece-me, já começou a acontecer. Assim, dessa maneira, estamos não só assinando o nosso atestado de escravidão e subserviência, mas também, “assassinando” a nossa liberdade de escolha e o nosso poder de reivindicação.

Atualmente, a grande maioria dos “agonizantes” servidores, nível médio B, por exemplo, com mais de 08 (oito) anos de serviços prestados à sociedade alagoana, estão “agonizando” com mais ou menos 02 salários-mínimos (após descontos oficiais e consignações). Evidenciando assim, um injusto e inaceitável *contra-senso, pois somos nós servidores que trabalhamos e produzimos uma receita admirável permitidora de uma digna proporcionalidade entre trabalho e remuneração. É insustentável administrar o DETRAN sem a efetivação desta concepção.

Perdendo sindicato independente e pessoal efetivo competente, compromissado e esclarecido, ficaremos frágeis ao “vento”, sem rumo próprio, e então, seremos conduzidos, sem nenhuma objeção, de volta ao passado da convivência com todas as mazelas (desmandos, vícios, ineficiência...).

Mas como, “quem é teimoso não sonha outro sonho não”, ainda acredito que o título deste texto transforme-se, inversamente, em CRÔNICA DE UMA NOVA VIDA ANUNCIADA.

Não podemos e nem devemos nunca perder nossa CAPACIDADE DE INDIGNAÇÃO, caso contrário, estaremos fadados ao estigma de um INDIGNO ÓRGÃO e, *conseqüentemente, numa visão mais ampla, ao estigma de uma INDIGNA NAÇÃO.

“A verdadeira morte não é quando deixamos fisicamente esse mundo, é quando deixamos de sonhar...”


Geraldo Pereira, um dos “agonizantes” da instituição.


*Ainda não sou adepto da Reforma Ortográfica (acho que visaram mais o financeiro).

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O DETRAN NA CONTRAMÃO


Os baixos salários e o fato de estarmos mais de três anos sem reajuste, fez com que mais de duzentos servidores, desmotivados, abandonassem o DETRAN/AL, em busca de melhores oportunidades de emprego. Diante disso, o atual diretor do DETRAN, ao invés de realizar concurso público para suprir a carência, toma uma medida inusitada: jornada ampliada para o trabalhador e horário de atendimento reduzido para a sociedade.

Cômico, se não fosse trágico. A partir do dia 22 de fevereiro, os SAC´S, CENTRO E MANGABEIRAS, irão fechar as portas às 14 horas. No caso do FAROL, como será aberto às 9 horas, fechará às 15 horas. E “para melhor atender a sociedade”, em especial, os usuários da parte alta da cidade, o SAC do Auto-shopping foi DESATIVADO.

Antes, o atendimento ao público se estendia até as 19 horas, no caso do SAC Farol. Deste modo, além de diminuir o tempo de atendimento, uma vez que dividíamos a quantidade de usuários em dois turnos, o DETRAN/AL dava aos usuários, que têm suas manhãs comprometidas (seja por trabalho ou outro compromisso), a oportunidade de fazer uso dos serviços do órgão no turno vespertino, como iniciar um processo de habilitação, renovar a CNH ou solicitar a 2ª via, por exemplo.

Enquanto no Recife-PE os SAC’s funcionam até as 22 horas nos shoppings, de segunda à sexta e aos sábados até as 18 horas, para atender as pessoas que não tem tempo para ir ao DETRAN no turno matutino, em ALAGOAS, o governo do PSDB diminui o horário de atendimento à população para meio expediente, jogando no lixo uma conquista da sociedade.

Vejamos o retrocesso: haverá uma quantidade limitada de fichas a serem distribuídas por dia; portanto, o usuário vai ter que madrugar nas filas dos SAC’s sem a garantia de que será atendido; o tempo de espera por atendimento vai demorar ainda mais, visto que a quantidade de pessoas em busca de serviços num só turno vai aumentar bastante.

Havia um acordo tácito entre os digitadores dos SAC’s e o DETRAN, para que os servidores em questão trabalhassem cinco horas corridas, SEM AS PARADINHAS DE 10 MINUTOS, PARA DESCANSO, A CADA CINQUENTA MINUTOS DE DIGITAÇÃO, asseguradas por lei[1], folgando na sexta hora como forma de compensação, assim não havia interrupção do trabalho, dando mais rapidez ao atendimento. A partir de agora todos estão obrigados a trabalhar seis horas corridas, sem os intervalos de 10 minutos. Deste modo o Diretor descumpre a lei e põe em risco a saúde dos trabalhadores que DESMOTIVADOS, produzem menos.

PERDE A SOCIEDADE, PERDEM OS SERVIDORES.

ATENCIOSAMENTE, SINSDAL


[1]Para diminuir a incidência de LER (Lesão por esforço repetitivo), o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) baixou uma portaria 3751/90 onde estabelece que estando na função de digitador, o trabalhador só pode trabalhar digitando cinco horas diárias, sendo que a cada 50 minutos tem direito a uma pausa de 10 minutos para descanso.

Uma reflexão sobre o DETRAN que não deu certo


O alcance da excelência na gestão pública requer de seus gestores um repensar gerencial constante dos processos e procedimentos que resultam nos serviços oferecidos pela instituição aos seus usuários.

É preciso perseguir de modo ousado, com a mesma determinação de um revolucionário, o melhor atendimento possível, através de táticas e estratégias de planejamento e ações articuladas, que perpassem pelo uso de todas as tecnologias e seus produtos disponíveis, bem como pela capacitação continuada dos servidores, associada a um programa de estímulo e motivação profissional, a cargo do RH da instituição, sem esquecermos, é claro, de uma política de salários e cargos, simplificada, ao mesmo tempo estimulante, ao longo da carreira.

É lamentável que o DETRAN/AL apesar de possuir todas as condições para isso, (superavitário financeiramente, autônomo administrativamente, enxuto e tecnicamente eficaz no quesito quadro de pessoal), essa percepção de gestão nunca tenha chegado. Não a encontramos no passado, tampouco no presente.

Especialmente na atual gestão, que será lembrada, não apenas como a mais reacionária e fascista na relação com os trabalhadores do órgão; mas, sem dúvida, a mais ineficiente e incompetente no cumprimento de seu papel estabelecido pelo CTB (promoção da engenharia de tráfego, fiscalização, educação para o trânsito, realização de estatísticas de acidentes no âmbito do estado, etc.). Até mesmo no cumprimento de suas funções mais elementares, como a emissão de CNH, CRV e CRLV de forma satisfatória aos usuários do sistema em alagoas...

Dez são as razões pra as afirmações acima contidas, vejamos:

1. Nenhum SAC ou JA foi inaugurado ou aberto pela atual administração, pelo contrário, foi fechado o do auto-shopping recentemente;

2. Nenhuma CIRETRAN foi construída, ampliada e/ou modernizada no interior do Estado;

3. Nenhuma cidade do interior, até a presente data, foi verdadeiramente sinalizada pela gestão atual;

4. Ao contrario da SMTT de Maceió, que dá um ‘’show de bola, o DETRAN/AL não fez nenhuma campanha educativa efetiva, ao longo dos últimos anos;

5. Alagoas, pela primeira vez em vinte anos, pode comprometer a estatística nacional do DENATRAN/AL, pois é o único Estado da federação que não colheu, nem enviou os dados de acidentes e mortes no ano de 2009 para Brasília, uma vez que o setor de estatísticas do DETRAN foi desmontado pelo atual diretor;

6. Enquanto em outros DETRANs emite-se uma CNH em 30 minutos, em Alagoas o usuário tem que amargar uma espera que varia de cinco à trinta dias;

7. O sistema e a nova plataforma de informática nos quais foram investidos milhões de reais, não resultaram em nenhum novo serviço para a sociedade. A exemplo do IPVA da SEFAZ, o DETRAN deveria oferecer a amarelinha de licenciamento automático em caixas eletrônicos de bancos, além de outros serviços, assim desafogaria a demanda desses e de outros serviços no setor de atendimento. Uma guia de serviço emitida pelo DETRAN/AL, ao ser paga pelo usuário, demora 48 horas para ser compensada no sistema do DETRAN-Al, no enquanto no DETRAN do RN, são apenas 5 minutos;

8. Mais de 200 excelentes servidores passaram em outros concursos e deixaram o órgão, desmotivados com os baixos salários e péssimas condições de trabalho, apesar da carência deixada pelos mesmos, o diretor não fala em concurso público pra repor/suprir essas carências;

9. O diretor do DETRAN/AL atacou a integridade moral dos servidores quando escreveu em uma revista de publicidade de sua gestão “que a maior parte dos servidores é desprovida de princípios éticos e morais”. Afirmou ainda, num programa de rádio que “nem o governador, nem o presidente dos EUA, nem mesmo Fidel Castro o faria devolver o dinheiro” que ele mandou (de forma arbitraria e ilegal) retirar de nossos salários, numa greve que, vale ressaltar, a justiça julgou legal. Nos dois casos ele faltou com a verdade;

10. O diretor tentou colocar a categoria contra o sindicato montando uma comissão que, após estudos, confirmou que o SINSDAL falava a verdade sobre o percentual de reajuste possível. Ao invés de nos conceder o reajuste de 27,7%, institui uma nova comissão, como se nós, servidores, não soubéssemos que por se tratar de um ano eleitoral o governo do PSDB, que não gosta de servidor público, dará, se der, alguma migalha de reajuste, não por atender ao pedido de quem quer que seja, mas para se reeleger e nos fazer passar mais quatro anos de fome.

A direção dividiu os trabalhadores, transformou a esperança em medo. Acabou com os sonhos de uma geração inteira de servidores. Basta dizer que a maior parte dos atuais funcionários pensa em estudar e fazer um concurso para sair do DETRAN/AL. O DETRAN que não deu certo fracassou pela tirania, burocracia, carência de liderança e competência; pois, seu tempo agora finda.

O momento é de refluxo do movimento sindical. Contudo, ainda nos resta à digna capacidade de resistência, característica da juventude, isso ninguém pode nos tirar. Faz-se necessário preservar, mesmo em fogo morno, o mais importante instrumento de luta dos trabalhadores, o sindicato. É preciso reorganizar as forças, aguardar a tal carta sindical e superar o insuperável”...

Haverá um tempo para se resgatar a rebeldia perdida, a disposição pra luta, a fé na vitória coletiva, pois a história é implacável com os atrozes e como um juiz julga e sentencia.

Saudações a quem tem coragem...

Companheiro,

Roberto

sábado, 7 de novembro de 2009

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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

NOTA DE RETRATAÇÃO PÚBLICA AO SENHOR DIRETOR GERAL DO DETRAN

1. Perdão diretor por, em mais de um ano no órgão, o senhor não ter trazido nenhum benefício para o trabalhador;
2. Perdão por usar a interpretação da lei somente para prejudicar os servidores do DETRAN/AL;
3. Perdão ao senhor por ser o principal responsável por não termos o reajuste salarial;
4. Perdão pelo senhor não cumprir o horário de expediente, embora cobre dos servidores a pontualidade;
5. Perdão por usar, muitas vezes, o acesso a mídia, e autoridades para distorcer a verdade dos fatos;
6. Perdão pelo senhor tentar demitir aquele que nós servidores elegemos para nos representar, com a falsa acusação de “abandono de emprego”, enquanto beneficia com licença prêmio quem realmente não trabalha;
7. Perdão pelo senhor não observar que a CF de 1988 evidencia a liberdade de expressão, e que a censura já não existe mais em nosso país;
8. Perdão ao senhor por ter descontado o salário dos servidores, mesmo quando a justiça decretou que a greve era legal;
9. Perdão, também, pelo senhor não cumprir a determinação judicial, em devolver o salário descontado indevidamente do servidor;
10. Perdão ao senhor por não investir em capacitação para os servidores;
11. Perdão por termos um orçamento de 46 milhões – de acordo com portal da transparência – e ainda continuarmos numa sede com péssimas condições de trabalho e em ciretrans sucateadas;
12. Perdão pela omissão do senhor em não realizar auditoria nas contas do DETRAN/AL (gestões anteriores), mesmo tendo conhecimento do “dossiê assembleinha”;
13. Perdão pela imprensa ter divulgado que o senhor recebeu dinheiro de precatórios à frente de centenas de trabalhadores e, ainda, que renovou a habilitação sem ter freqüentado o curso teórico obrigatório;
14. São tantos perdões diretor... que se esquecermos de alguns, nos perdoe!
15. Perdão por cortar a contribuição sindical, o imposto compulsório, despejar o sindicato, tachá-lo de “fantasma” e “pirata”...
16. Perdão por perseguir “implacavelmente” os servidores desta Autarquia que reivindicam seus direitos, inclusive chamando-os de “debochados” e “palhaços”;
17. Perdão diretor pelo senhor ter ofendido os servidores quando publicou uma revista, onde afirma que a maioria desses servidores é “divorciados dos princípios éticos e morais”;
18. Perdão por grande parte dos servidores não ser refém de ameaças, funções gratificadas, cargos em comissão, celulares e carros à disposição;
19. Perdão, acima de tudo, pelo DETRAN ter um SINDICATO que jamais se renderá a vaidade, o capricho, a arbitrariedade e a tirania de nenhum diretor;
20. Perdão Diretor, pelos servidores do DETRAN/AL serem representados por um SINDICATO que SEMPRE lutará pelos seus DIREITOS, e ENFRENTARÁ quem ousar desrespeitar esses TRABALHADORES... Definitivamente, perdão Diretor...
Sinsdal



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Francisco de Assis Justino do Nascimento

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Ricardo Mota fala da decisão dos servidores do DETRAN em dar uma trégua de 15 dias ao governo



Como não consegui editar o vídeo, apenas no finalzinho dele é q voces vão ver o comentário desejado do Ricardo Mota sobre o detran.É só esperar um pouco.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Condições do arquivo de habilitação do DETRAN Alagoas





Visitamos o arquivo a pedido dos funcionários que reclamavam das condições de trabalho no setor.Desde antes da greve,em agosto,eles solicitaram a administração para que o problema do teto, que tinha caído, fosse solucionado.Desde aquela época isso ainda não foi resolvido e eles todos os dias têm que se deparar com um pedaço do teto sobre a cabeça deles.
Este setor é importante porque é pra lá quem vêm todos os registros de usuários do estado.Quer dizer, se você um dia tiver algum problema relacionado a dados da sua habilitação é lá que eles vão tentar achá-los para confirmar aquilo que foi pro espaço no sistema de bancos de dados do órgão.Então se isso pega fogo diga adeus ao seu prontuário de motorista.Talvez você até tenha que tirar a carteira novamente porque é aqui que fica a sua história de condutor.